A Igreja Matriz de Santa Cruz está localizada na Freguesia de Santa Cruz, uma das cinco Freguesias do Concelho da Lagoa, situa-se na costa Sul da Ilha de São Miguel.
A Igreja Matriz, dedicada a Santa Cruz, foi construída no século XVI, tendo sido a sua frontaria e torre levantadas no ano de 1844. É de realçar ainda que no seu interior predomina o estilo Manuelino, visível nas abóbadas da capela-mor e da capela do Santíssimo.
Com base em alguns estudos, e se utilizarmos os dados colididos pelo Doutor Gaspar Frutuoso e pelo Padre João José Tavares, podemos afirmar que a dinâmica cristã em Santa Cruz da Lagoa terá sido iniciada a partir da década de 1450.
Em 1518, a igreja já existia bem edificada, contudo, no decurso da primeira metade do século XVI, a igreja de Santa Cruz deveria ser ainda um espaço exíguo, pois em 1526 tinha apenas um cura, o padre Sebastião Fernandes.
Desde então a População cresceu e, em 1555, a igreja já tinha como sacerdotes um cura e o padre João de Évora, que foi o seu primeiro vigário.
Provavelmente, a primeira edificação da igreja de Santa Cruz terá sido destruída para dar lugar a um espaço religioso mais imponente: uma matriz que correspondesse à dignidade da população cristã que aí vivia, mas também de todos os fiéis que passavam pela Lagoa.
A Igreja passara por diversas transformações, quer no seu interior, quer no seu exterior. Para as obras que eram da sua competência, eram despendidas as receitas que a Igreja possuía, provenientes do aluguer das suas propriedades, das sepulturas, e dos panos da eça e ainda o pagamento das multas e dos toques de sinos dos finados e festas.
No século XVI, edificaram-se as abóbadas da capela-mor, em estilo manuelino. Além do mais, a Matriz tinha os Altares de Santo António; São Pedro; Nossa Senhora do Rosário; Bom Jesus (retirado em 1844 e substituído pela imagem de São José); Nossa Senhora da Conceição (substituída no século XIX por Nossa Senhora de Lurdes, uma oferta do Padre João José Tavares) e São Sebastião. No século XVIII foi fundado o altar de São Miguel, cuja imagem foi mudada depois para o Altar-mor; e o altar do Senhor dos Passos, de grande devoção, e ainda se colocou o púlpito, que veio da igreja do antigo convento de São Francisco de Ponta Delgada.
Estas transformações no interior da igreja foram acompanhadas por múltiplas obras de conservação e reedificação. As primeiras decorreram logo entre 1583 e 1586. Em 1813, são executados novos reparos na capela-mor, realizados com telha que veio de propósito de Santa Maria e, em 1844, foram levantadas a atual frontaria e torre.
Todas estas transformações não alteraram a magnificência desta igreja. (*)
(*) Santa Cruz, V Centenário de Vivência Cristã, Susana Goulart Costa, 2007